o olhar mais direto. transcendência ou fuga.
tempo, efemeridade.
jornal do mês passado, que ainda assim me atualiza,
pois ainda não o tinha lido.
consumo a informação e seu suporte.
a primeira idéia que tive veio a partir da transparência da folha e da sobreposição de imagens que isso gera. busquei relacionar com a idéia de simultaneidade de informações, que no entanto se apresentam igualmente obsoletas na atualidade material do suporte.
em seguida meu olhar voltou-se aos olhares dos personagens retratados, pois o miolo do caderno que recebi tratava-se de uma coluna social (e também atuo como fotógrafa, de modo que é familiar essa situação). Quase todos os olhares estavam voltados para pontos laterais, dirigidos para "fora do caderno", exceto um, que mirava como a olhar em minha direção.o incômodo maior vinha desse olhar e furei as pupilas do personagem, em seguida posicionando-o contra o vidro para que eu pudesse ver a paisagem, o presente que me cercava naquele momento.parti para a intervenção com o fogo, no intuito de ver o material sendo consumido fisicamente, além de seu caráter de consumo de informação. o resultado apoiei novamente contra o vidro da janela, recortando o rosto do personagem central da notícia. o rosto recortado deixei apoiado no chão, pois a expressão nostálgica associei com o esvaziamento temporal e com o deslocamento de seu contexto na página. creio que o exercício me serviu para perceber o caminho do meu pensamento e a maneira como entro no âmbito relacional com o objeto. acredito que o trabalho pronto não se bastou formalmente, sem esta exposição do processo.
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